Amor, amizade e educação.
Essas três palavras descrevem a bela obra escrita por Andrea Hirata, que ganhou o mundo todo.
O livro, que tem como inspiração biográfica a vida do próprio autor, se passa na ilha de Belitung, Indonésia, e tem como pano de fundo o direito à educação que todo ser humano tem.
Uma narrativa emocionante, realizada em primeira pessoa pelo personagem Ikal, sobre os dramas de uma escola que está para fechar caso não alcance o número mínimo de dez alunos matriculados.
As primeiras cenas são de partir o coração, mostrando o desespero das nove crianças matriculadas, visto que suas famílias fizeram grande sacrifício para garantir-lhes os estudos em vez de colocá-los para trabalhar – o que era comum na ilha. Porém, a turma é salva pela chegada tardia do décimo aluno e, assim, o ano letivo pode começar.
A narrativa é realmente uma jornada, na qual nos vemos ambientados em Belitung, com direito a jacaré na estrada e crenças locais, tudo isso nos envolvendo ainda mais na história. Além disso, os problemas e desafios que a turma enfrenta para manter a escola aberta e seu direito à educação aproximam o leitor a uma triste realidade. As condições da escola eram precárias, com paredes e teto desabando, animais entrando na sala de aula, além da escassez de recursos e materiais, mas eles amavam tanto aquele lugar que lutaram por ele até o fim.
Nesses momentos nos perguntamos se os problemas que enfrentamos são realmente problemas, comparados a tantos outros que existem pelo mundo.





"Eu me sentia incrivelmente sortudo por estar ali, no meio daquela gente incrível. Havia beleza naquela escola pobre, uma beleza que eu não trocaria por mil escolas luxuosas." - página 22







O livro traz inúmeros e imensos aprendizados sobre a vida. Como pontos negativos, devo admitir que, apesar da beleza da história, em alguns pontos, a narrativa fica um pouco arrastada, chegando a ser cansativa no meio do livro. Isso é devido ao ritmo que ela assume, mas não tira a emoção das páginas.
Por outro lado, um dos pontos mais positivos são os personagens, super carismáticos.
Temos os dois professores, Pak Harfan e Bu Mus. Esta sempre afirma que perder um aluno é como perder metade da sua alma. E o mais lindo de tudo é que, no final, o narrador conta que o livro foi escrito para ela. Uma vez que, durante um momento difícil, ele prometera-lhe isso.
Os onze alunos são bem caracterizados e ficamos sabendo da vida pessoal de quase todos, principalmente dos dramas que enfrentavam para continuarem na escola. O mais importante, além do narrador, é Lintang, um menino muito especial, que, por morar longe, acordava de madrugada e pedalava quilômetros em uma estrada perigosa para chegar até a escola e, mesmo assim, não perdia as aulas. Ele foi responsável por garantir à pequena e ameaçada instituição o primeiro prêmio que ela recebeu.
Assim, finalizo deixando um trecho que mostra Lintang logo no início da narrativa, já preparando o leitor a respeito de sua importância.
Leitura indicada a todos! Super fofa, emocionante e capaz de levar à reflexão!


Título: Guerreiros da Esperança
Autor: Andrea Hirata
Editora: Arqueiro
Número de páginas: 277

Nota ♥


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