Título: Água para Elefantes
Autora: Sara Gruen
Editora: Arqueiro
Número de páginas: 272

Além da magia dos truques, e, muito além das performances, lantejoulas, do figurino e dos animais selvagens, o circo revela um lado obscuro. A administração e a relação de funcionários (trabalhadores e artistas) não parece ser assim... tão espetacular. Manter um espetáculo de pé requer estratégias que vão muito além do que vemos das arquibancadas.



Em ‘Água para Elefantes’, o jovem universitário Jacob Jankowski, de 23 anos, vê o rumo de sua vida mudar quando, repentinamente, perde os pais em um acidente de carro. Desnorteado e confuso, Jacob perde as provas finais da faculdade de veterinária e o destino o leva ao Circo Irmãos Benzini – O Maior Espetáculo da Terra, quando, sem saber, ele embarca no trem (deste espetáculo) em movimento.
 Caminho até o limite da cidade e mudo de direção, para seguir a linha do trem. Ando até o céu escurecer e a lua ficar alta. E por muitas horas mais. Ando até sentir dores nas pernas e bolhas nos pés. Então paro, cansado e faminto, sem ter a menor ideia de onde estou. É como se eu tivesse andado como um sonâmbulo e de repente acordasse ali. (página 23)

Com muito esforço e um pouco de sorte, Jacob consegue uma vaga para trabalhar como veterinário do circo. Em pouco tempo e, num mundo completamente novo à seus olhos (e sua inocência), o jovem tem de lidar com seu inconstante chefe do setor dos animais, August, e o difícil e perigoso empresário do circo, o Tio Al.
Não há dúvida de que sou a única proteção desses animais contra a prática empresarial de August e do Tio Al, e o que o meu pai faria — o que meu pai gostaria que eu fizesse — seria cuidar deles e essa é a minha convicção absoluta e inabalável. (página 123) 
Ao longo da experiência, Jacob se vê encantado pela charmosa Marlena, a estrela do circo e do número dos cavalos (além de ser a esposa do seu chefe, oAugust).  
Quando vislumbrei as lantejoulas cor-de-rosa, quase chorei de alívio — pode ser que eu tenha chorado. Não lembro. (página 07)
A estória ganha uma perspectiva mais interessante quando Rosie, uma elefanta aparentemente genial, é comprada (por Tio Al) como uma espécie de ‘salvação’ para que o circo alavanque e se popularize. 
— Não, August. Você tem um elefante. Aliás, uma elefanta. Seu nome é Rosie, ela tem 53 anos e é realmente brilhante. O melhor animal que eles tinham. Mal posso esperar para ver o número que você vai inventar... (página 107) 
Bem, Rosie não é de fato o que esperavam (em outras palavras, ela só come e faz trapalhadas), o que gera certo estresse (entre August Tio Al) e um carisma de Jacob e Marlena (com a elefanta).



O livro é intercalado por duas realidades: capítulos que narram a rotina de Jacob atualmente, que vive numa casa de repousos já com 90 (ou 93) anos, onde revive suas experiências de trabalho em circos, e capítulos que de fato descrevem o dia-a-dia do recém-contratado veterinário do Circo Irmãos Benzini
 Fiquei totalmente encantada com as descrições da autora. Sara Gruen, com base em estudos, visitas em zoológicos e histórias reais de elefantes, criou uma narrativa muito intrigante. ‘Água para Elefantes’ é um livro inteligente e realista, uma verdadeira viagem ao espetáculo da vida, que guarda tantas lutas e batalhas, mas também tantos aprendizados e ‘magias’ ao longo da história. ♥


Vocês conheciam a estória? Já leram algum livro cuja narrativa se passa em um circo?

Meu coração bate tão forte que, apesar do rugido da multidão, ouço o fluxo do sangue atravessando os meus ouvidos. Sinto-me explodir, transbordar de amor. (Sara Gruen, trecho do livro ‘Água para Elefantes’, página 169)


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